Projeto Estrelinha reúne famílias em homenagem às crianças que partiram
8 de outubro de 2025

No último sábado (4/10), o Hospital Amaral Carvalho (HAC) promoveu a terceira edição do Projeto Estrelinha, um encontro de acolhimento e apoio emocional às famílias de crianças e adolescentes que faleceram durante o tratamento oncológico no hospital.
“Esse é um projeto idealizado com o objetivo de honrar a memória das crianças que tratamos e de prestar todo o nosso apoio e carinho às famílias. Nossa equipe prepara tudo com muito amor, pensando em mostrar que o cuidado continua, que nós continuamos aqui, oferecendo todo o nosso apoio e amor”, afirma a oncopediatra e coordenadora da Oncologia Pediátrica do HAC, Larissa Bueno Polis Moreira.
Com o tema “Espiritualidade”, a terceira edição do encontro foi marcada por momentos de emoção, reflexão e partilha, em um ambiente sensível e acolhedor, fortalecendo o vínculo entre as famílias e o hospital. Profissionais das equipes de Psicologia e da Pediatria do HAC conduziram conversas sobre o processo do luto e abriram espaço para que os familiares compartilhassem suas experiências e sentimentos.
Entre as atividades da programação, a musicoterapeuta e psicoterapeuta corporal Jaciane Milani Finato conduziu uma reflexão sobre espiritualidade e luto. “Falamos sobre a importância do luto como processo natural e sobre a presença dessas crianças que seguem vivas na memória e no afeto. Foi um encontro emocionante. Momentos incríveis de troca humana, de pessoas que mostraram a coragem e a força nesse momento de ultrapassar a dor. E o quanto tudo isso traz motivação para poder continuar a vida, ressignificando o seu caminho.”

O evento também contou com a participação de palhaços do grupo voluntário Remédicos do Riso, que levaram palavras de conforto, poesia, música e alegria aos presentes. “Eu tenho o prazer de participar desde a primeira edição e é um dia maravilhoso, com emoções, histórias e aprendizados, porque nós, Remédicos, nesse dia também aprendemos muito com as famílias que estão aqui presentes”, enfatiza Rogério Fabre, coordenador do grupo.

Ressignificando a dor
Para os familiares, reencontrar os profissionais do HAC e outras famílias que enfrentam o luto representa um passo importante no processo de ressignificação da dor.
Celia Virgínia de Mira, mãe da Estrelinha Lucas, enfatizou que o projeto é um trabalho louvável. “Foi um momento muito bom para mim, um momento de libertação, em que eu encontrei algumas mães que também perderam seus filhos junto comigo, que conviveram comigo e com o Lucas na Pediatria. Apesar de termos alguns momentos de tristeza, colocar as lágrimas para fora faz bem para a gente. Faz bem a gente falar do nosso filho e trazer tudo isso na nossa memória”, conta.
“Eu só tenho gratidão por todos e saudades da minha filha. Faz três anos que ela partiu, mas graças a Deus, tem esse hospital maravilhoso que ajuda a gente a superar”, completa Vanessa Pereira Honorato, mãe da Estrelinha Manuela.
O Projeto Estrelinha reafirma o compromisso do HAC com o cuidado integral, que vai além do tratamento oncológico, alcançando o coração das famílias e preservando, com ternura, a lembrança das crianças que hoje são nossas estrelinhas mais brilhantes.


